quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Portugal: futebol ou chicotada?

chicotada
s. f.
Pancada dada com chicote.

Analise-se o futebol de hoje em dia no nosso país: Há clubes na bancarrota, outros já perto disso, há o caso das arbitragens que semana sim, semana sim inundam jornais nacionais tanto de televisão como de imprensa escrita. Até na internet se debate o tema arbitragem. Mas parece que é no caso dos treinadores que a coisa vai mesmo mal. Ao que vemos, já 4 (!) treinadores conheceram o amargo sabor de serem despedidos quando ainda em sete (!) jornadas vamos. Sinceramente senhores presidentes, não acham que os dois meses passados a dar credibilidade a um treinador, dando-lhe dinheiro e consequentemente jogadores é um pouco insuficiente, e logo se deve deitar o 'lixo á rua'?
É que ainda vamos em sete jornadas! Se fossemos no meio do campeonato, aceitava-se, mas a continuidade é uma obra do passado. Treinador que ganhe 7 jogos em 7 é um grande treinador. E não interessa o que foi anteriormente feito. Para os presidentes, só interessam os pontos e consequentes encaixes monetários que daí provêm. O que é estúpido. Longe vão os tempos do grande Pedroto, que passou longos anos na equipa técnica do Porto. Em Portugal, o jogo mais díficil que fazes é o que ganhas, pois uma derrota a seguir coloca-te quase defronte a um pelotão de fuzilamento. Mais díficil ainda de compreender é o facto de os adeptos não verem que a continuidade é a chave do sucesso, e sem o mesmo numa equipa técnica, o fracasso é iminente, pois todos os anos se mudam estratégias de jogo, todos os anos muda o pensamento ofensivo, mudam-se as linhas gerais de jogo, muda tudo.
Enquanto isso, vemos nos países da Europa uma política completamente inversa: Treinador que transmite confiança com a Direcção, memso que tenha uma época má, se der mostra que pode conseguir melhor, fica. Por essa razão, porque é que vemos Arséne Wenger já há um bom par de anos no Arsenal, e o Ferguson em Old Trafford? Ora cá está, continuidade. Pois mantém-se a linha geral, e mudanças? Só nos jogadores, que são contratados para as posições chave das linhas de jogo pretendidas pelo treinador. Isto priveligia o clube, que nãpo precisou de pagar cláusulas inerentes da dispensa de um e contratação de outro, e o treinador, que sabe que o seu trabalho, mesmo quando não ganha títulos, lutando por esses, não é deitado e jogado fora como se de 'lixo' se tratasse. Pois o trabalho não deve ser deitado fora, e como disse um dia Dick Advocaat:

' Estou para trabalhar, e não prometo nada, nem títulos, nem estrelas, apenas peço que me dêm um projecto de continuidade. A partir daí, seremos os melhores.'

Máximas futebolísticas,
Paulo Lopes

sábado, 1 de agosto de 2009

Robson: a era do 'manager'

Está de luto o futebol. Desde ontem, perdeu-se uma das lendas do futebol, não pelos seus passes e dribles, não pelos golos que marcava (e marcou) , nem pela visão de jogo fantástica ou a garra que demonstrava em campo, nunca desistindo de um lance. Mas sim pelo facto de ser um dos melhores treinadores que o mundo já o conheceu.
Não falo de Rinus Michels, Sir Matt Busby, Bill Shankly, Paisley ou Basile. Falo sim de Sir Bobby Robson. Muitos não o conhecem, pois a maioria que frequenta blogs só conhece os da 'nova guarda', mas este homem foi inovador em tudo, até na raiva que demonstrava ao sair das comferências de imprensa.
Sir Bobby Robson deixou a marca em todos os sítios por onde meteu os seus 'talentos' de treinador em funcionamento. Humilde, humano, dono de um bom senso de humor, foi um dos primeiros, senão o primeiro manager em Inglaterra. Fez tudo, tratou de salários dos jogadores (e nenhum deles alguma vez se queixou de ordenados), até tratava das camisolas dos jogadores, chegou a tratar da relva do campo junto com os tratadores...foi um faz tudo em Ipswich, depois de ter sido despedido do Fulham, onde tivera jogado antes.
E foi em Ipswich que deixou a sua marca, ganhando entre outros títulos, uma Taça Uefa, uma Taça de Inglaterra e um honroso 4º lugar. Marcou pelo seu estilo irreverente, pela forma como tratava dos seus jogadores como 'filhos', á maneira de Busby, e pelo sentido de humor que transmitia aos seus 'rapazes'.
Ao nível de tácticas, foi um inovador. Nunca disse a um jogador: fazes esta posição. Foi homem que fez os jogadores trabalhar em quase todas as posições possíveis dentro de campo, promovendo um espírito de entre-ajuda entre os jogadores.
Depois de Ipswich, passou pela selecção de Inglaterra, onde treinou grandes como Gascoigne, Platt, Ince, Seaman, entre outros, chegando a um quarto lugar no Italia 90.
Passando por outros clubes, entre PSV (onde teve uma relação tempestuosa com Romário), Sporting e Porto (este último onde venceu dois campeonatos), foi para Barcelona, onde com uma equipa que incluia nomes como Guardiola, Zubizarreta, Amor, Stoichkov e Romário, ganhou uma Taça do Rei e uma Taça das Taças.
Mas Robson sempre foi um grande 'geordie'. Sempre será lembrado por isto. Foi por isso que ingressou ao Newcastle, onde em cinco épocas, tornou uma equipa que se encontrava em 'terrenos pantanosos' numa equipa que chegou ás eliminatórias da Champions, e conseguiu 4 'top 5' em 5 anos.

Mestre. Estratega. Lenda. Geordie.

Descanse em paz.

Deixo-vos aqui um vídeo sobre o 'Sir':


quarta-feira, 15 de julho de 2009

City: Mito ou lenda?


Tenho visto nos últimos dias movimentos interessantes no futebol europeu, mais do que no mundial, pois é na Europa que se encontra o epicentro do futebol. Entre as transferências absurdamente esbanjadoras (bendito sejas, Beckenbauer) do Real Madrid CF, e as apresentações que ditam a moda no Santiago Bernabéu, há outros clubes a comprar jogadores, e com o panorama da crise, não vale a pena arriscar muitos milhões, pois todo o dinheiro é pouco. Em Inglaterra por exemplo, território com o melhor futebol do Mundo mas onde os holofotes agora pouco passam (Ancelotti e a sua apresentação foram literalmente esquecidos), há uma equipa que está a emergir com transfarências de encher o olho: Manchester City. Eu que sempre fui um fã desta equipa (desde os tempos do grande Paul Dickov, depois da subida á Premier), fiquei com a grado a observar as transferências do 'defeso' dos 'citizens': Santa Cruz, Gareth Barry, Tevez e mais recentemente Adebayor.
Aqui está um clube, que apesar de ser o mais rico do mundo e não ter atingido nenhuma competição europeia este ano (10º lugar), ainda cativa jogadores. Mito do dinheiro ou lenda de querer ajudar o clube? É verdade que cada jogador pode considerar isto um desafio, e eu, que gosto principalmente do Barry, pois é um jogador de encher o olho, fico estonteado ao ver a quantidade de avançados no clube: uns 8 (!) que enchem a frente de ataque, quase compondo uma equipa completa.
Será que o dinheiro de ordenados e afins teve algo a ver? Ou será que estou a ver um City que depois de ter sido 'usado e abusado' durante anos, volta ao caminho da serenidade e compõe uma equipa que alia um futebol bonito e intransigente, de forma a voltar ao caminho da glória? Assim eu o espero, assim o esperam os fãs do City. Antes a lenda que o mito, antes o amor ao dinheiro.


E mais uma época, lá estarão os adeptos a cantar 'Blue Moon'.
Go Citizens! Don't stop getting up!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Futebol: diversão ou trabalho?


Ronaldo, Messi, Kaká, etc... São nomes que conhecemos todos os dias, na televisão, nos jornais, nas rádios, seja onde for, eles estão lá. O fenómeno de globalização do futebol foi algo que mudou completamente a imagem do desporto, e se querem o meu sincero ponto de vista, pelas razões erradas. Tudo bem que podemos assim ver jogos de outras ligas, acompanhar equipas que gostamos por afinidade ou nem tanto. Mas o futebol está cada vez mais a ser escravizado, tornado num 'circo máximo' ao qual não viamos desde o tempo dos gladiadores. Não estou a tentar deitar abaixo o futebol, nada disso, mas acho que estão a monopolizar o que muitos de nós em crianças, adorávamos e olhávamos como diversão, não como um trabalho exigente ao qual temos mais que um mas milhares de patrões que nos exigem a demissão se fazemos algo errado. Temos a cabeça a prémio, e nem crimonosos somos.
Mas há excepções. Eu por exemplo gosto mais de ver jogos de futebol das distritais, pois estes reflectem o verdadeiro sentido de futebol, e sendo bonito ou não, aqueles homens ou jovens escalfam-se no campo por algo mais que dinheiro, por diversão, pelo regozijo de praticar um desporto que é dos mais antigos mundialmente.
Será pedir muito acabar com a constante escravização do futebol e voltar aos tempos áureos onde jogadores brilhantavam o campo com jogadas fantásticas, jogavam por amor á camisola e não tinham um preço afixado a eles como uma coleira num cão?

Acima de tudo, a preservação do futebol como um jogo, não um negócio.


terça-feira, 30 de junho de 2009

Como o dinheiro se gasta em tempos de Crise no Futebol





É incrível como em tempos de crise se gasta dinheiro no Futebol. Tantas pessoas que ultrapassam tantas dificuldades no dia-a-dia enquanto se gastam milhões no futebol. Incrível não é? Existem imensos exemplos e ainda só agora o Mercado de Transferências (praticamente) começou.

O Real Madrid, com Florentino Pérez como presidente, já gastou 178 milhões de euros em transferências neste mercado em nomes como Negredo, Raúl Albiol, Kaká e o nosso bastante conhecido Cristiano Ronaldo. E como se já não bastasse, vai atrás de nomes como Benzema, Xabi Alonso, Arbeloa e (apesar de já não intensificar tanto o interesse como antes) David Villa. Parece que o presidente madrileno não está a par da crise q
ue se intensifica em todo o mundo. Manuel Pellegrini já disse que apenas queria 26/27 jogadores na equipa, mas actualmente tem 31. Na lista de transferências estão nomes como Gabriel Heinze, Ruud Van Nistelrooy, Wesley Sneijder, Robben, Rafael Van der Vaart, Huntelaar e Mamadouh Diarra. Estes jogadores que custaram mais de 100 milhões de euros aos cofres do Real no tempo de Rámon Calderón, vão ser ''sacudidos'' da equipa na 'era Pérez' por valores baixos ou até nulos. O Real realmente não sabe o que significa crise, com todo o dinheiro que ganha do 'marketing' (especialmente po causa das contratações de Ronaldo e de Kaká) e dos patrocínos que aufere. Incrível não é?

Outros clubes como o Chelsea, parecem também passar ao lado da crise, com a ajuda do multimilionário Roman Abramovich, sondam e oferecem grandes propostas (por exemplo) por Pirlo, Pato e Zhirkov.